História, Missão, Visão e Valores
Fundada em abril de 1960, a Faculdade de Medicina de Goiás, hoje Faculdade de Medicina da UFG, foi criada antes mesmo da Universidade Federal de Goiás, que veio um ano depois. Nasceu de um sonho de seu fundador e primeiro diretor, o médico Francisco Ludovico de Almeida Neto e de um grupo de colegas que formavam a recém-criada Associação Médica de Goiás. Esse sonho era acalentado pelos médicos da época, que eram ainda muito poucos no território goiano e sabiam que muitos jovens que se interessavam pela área não tinham condições de abraçar a profissão de médicos, pois só havia escola de medicina no Rio e São Paulo, muito distantes da realidade e das terras goianas.
O sonho de uma escola de medicina goiana foi se tornando possível passo a passo e começou a ser real em meados da década de 50, quando o jovem Chico, como era chamado por todos, voltou para Goiás, depois de ter cursado a Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, trazendo consigo o profundo desejo de fazer algo que pudesse garantir a presença de um médico em cada município goiano. Faltava para o projeto uma sustentação política, que veio com a visita a Goiânia do presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira e Chico, filho do então governador de Goiás José Ludovico de Almeida, aproximou-se dele e falou do sonho de se criar a nova FM.
Do Presidente veio a pronta resposta: “Chico, você fica responsável pela faculdade de medicina de Goiás. Arrume todos os papéis e o que depender de mim será feito”. A documentação necessária junto ao Ministério da Educação foi providenciada com a interferência pessoal de Juscelino e o Estado doou a área em que hoje estão instalados a Faculdade e o Hospital das Clínicas, onde funcionava a Escola de Engenharia e, antes disso, um quartel do Exército.
O governo estadual construiu para a nova escola os dois primeiros prédios, hoje tombados, onde atualmente funcionam serviços de atendimento ao público e ali se inaugurou em 24 de abril de 1960 a Faculdade de Medicina de Goiás. Criada a escola, um dos primeiros e mais difíceis passos foi formar o corpo docente, já que não havia em Goiânia muitos médicos com condições de exercer a função de professor.
Como a meta inicial foi criar disciplinas básicas como Anatomia e Histologia, foi preciso recorrer a professores de fora e assim vieram os médicos Enzo Nesci e Raul Conde, o primeiro da Itália e o segundo de Minas Gerais, além do espanhol Javier Puig Serra, que veio de São Paulo. O primeiro vestibular ofereceu 30 vagas e eram 179 os candidatos, mas como foram aprovados 33, decidiu-se aceitar todos. O segundo vestibular voltou a oferecer as 30 vagas e assim continuou por muitos anos, quando as vagas passaram a ser 50 que depois foram crescendo ao longo das décadas, até chegar ao número atual, com 110 vagas anuais.
Os professores fundadores da Faculdade de Medicina foram: Javier Puig Serra (Histologia e Embriologia), José Salum (Bioquímica), Jarbas Doles (Anatomia Patológica), William Barbosa (Propedêutica Médica), Jorge Guanaes Dourado (Tisiologia e Pneumologia), Francisco Ludovico de Almeida Neto (Cirurgia Experimental), Luiz Rassi (Clínica Cirúrgica), Jonas Aiube (Pediatria e Puericultura), Georthon Rodrigues Philocreon (Ginecologia), Geraldo Pedra (Ortopedia e Traumatologia), Francisco Ayres (Oftalmologia), Manoel dos Reis e Silva (Otorrinolaringologia), Osvaldo Vilela Garcia (Fisiologia), Alfredo Paes (Neurologia), Geraldo Brasil (Psiquiatria), Benedito Soares de Camargo Júnior (Medicina Legal e do Trabalho) e Joffre Marcondes de Rezende (Gastroenterologia).
Os aprovados no primeiro vestibular foram: Evane Soares (não matriculou), Americano Guimarães Rosa, Rubem Rodrigues Dantas, Pedro de Oliveira Mundim, Nelson de Azevedo Paes Barreto, Ricardo Luiz Toledo Piza, Ali Said Esgaib, Ubiratan Gonçalves de Araújo, Trajano César de Lacerda, Laudelino Dias Pinheiro, Filemon de Castro, Wanderley de Oliveira e Silva, Divino Evangelista da Rocha, Ary Monteiro do Espírito Santo, Walfredo Zupelli, Luzia Ferreira Barbosa, Ruy Ignácio Carneiro, Paulo Cézar Borges, Joaquim Borges de Menezes, Roberto Felipe Zacarias, Salah Daud, Wagner José Mendes, Saul Leão Couto, Otoniel Machado Carneiro, Marco Antonio de Castro, Sylvio Saccomani, Djalma Rodrigues de Souza, Adalberto Carvasan, Emy Divina Rezende e Silva, Ademar Gomes da Costa, Flavio Aluízio Xavier Cançado, Mário Gérard Bafutto e Valteno Alves Ribeiro.
Passada a fase de sedimentação e amadurecimento da FM, as preocupações se voltaram para novos desafios, como a capacitação pedagógica dos professores, a busca de novas práticas didáticas e de avaliação, a pós-graduação e a produção científica.
A partir da década de 90, houve especialmente um amplo desenvolvimento que teve como base a transformação curricular, voltada para a formação do médico generalista visando atender aos interesses do Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje existem outros anseios, fortemente ligados à formação de médicos à nível de graduação e pós-graduação, posicionando a Faculdade de Medicina da UFG como referência na formação de excelência no Estado de Goiás.
Missão e Visão da Faculdade de Medicina da UFG
A missão da UFG é “ser uma universidade dedicada à formação de pessoas, em um ambiente intelectualmente virtuoso, decorrente da produção do conhecimento, obtida por meio da pesquisa acadêmica e da produção artística e cultural.”
Em alinhamento com essa missão, a Faculdade de Medicina da UFG busca continuamente a excelência no ensino, pesquisa e extensão, contribuindo para a formação ética e qualificada de médicos e promovendo serviços de saúde à comunidade, sempre de acordo com princípios éticos, morais e sociais.
Até 2030, a UFG pretende consolidar-se como uma instituição de referência para o desenvolvimento social, econômico e institucional de Goiás, ampliando seu alcance nacional e internacional. Neste contexto, a Faculdade de Medicina da UFG tem como visão estratégica ser reconhecida como uma instituição de excelência e referência na formação de médicos.
Valores da Faculdade de Medicina da UFG
1. Integridade: Compromisso com a honestidade e transparência em todas as atividades acadêmicas e administrativas, desencorajando plágio e práticas desonestas.
2. Respeito: Valorização da diversidade e respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas, de gênero e outras; e respeito pela dignidade dos pacientes, colegas, professores e demais membros da comunidade acadêmica.
3. Responsabilidade Social: Comprometimento com a promoção da saúde pública e o atendimento às necessidades da comunidade; estímulo à participação em iniciativas sociais e comunitárias.
4. Excelência Acadêmica: Promoção de um ambiente acadêmico estimulante e desafiador para os estudantes.
5. Ética Profissional: Fomento à responsabilidade profissional e comprometimento com o Código de Ética Médica.
6. Aprendizado Contínuo: Estímulo à cultura de aprendizado ao longo da vida, incentivando a atualização constante em relação aos avanços científicos e tecnológicos.
7. Empatia: Desenvolvimento da capacidade de compreensão e empatia em relação aos pacientes, suas famílias e comunidades atendidas.
8. Adaptação e Inovação: Estímulo à adaptação às mudanças no campo da medicina e à incorporação de inovações que beneficiem o ensino e a prática médica.