
Heitor Rosa recebe o título de Professor Emérito da UFG
Autoridades acadêmicas, num total aproximado de 200 pessoas, prestigiaram a Assembleia Universitária presidida pelo reitor da UFG, professor Edward Madureira Brasil, para outorga do título honorífico de Professor Emérito da Universidade ao professor doutor Heitor Rosa. A solenidade aconteceu na noite do último dia 18 de janeiro, no Teatro Asklepiós da FM.
Autoridades acadêmicas, entre elas ex-reitores da UFG, ex-diretores da Faculdade de Medicina e a presença maciça de professores, num total aproximado de 200 pessoas, prestigiaram a Assembleia Universitária presidida pelo reitor da UFG, professor Edward Madureira Brasil, para outorga do título honorífico de Professor Emérito da Universidade ao professor doutor Heitor Rosa. A solenidade aconteceu na noite do último dia 18 de janeiro, no Teatro Asklepiós da FM.
Ao abrir a solenidade, o reitor Edward Madureira Brasil ressaltou que a outorga do Título de Professor Emérito – a mais alta honraria da UFG - ao professor aposentado e ex-diretor da FM Heitor Rosa deve-se ao reconhecimento pelos seus incontáveis e relevantes serviços dispensados por várias décadas à Universidade e à Faculdade, como médico, docente e pesquisador. O homenageado foi conduzido à Mesa Diretora pelos professores da FM, Fernando Cupertino e Sérgio Daher, onde os aguardavam o reitor Edward M. Brasil e o diretor da FM, professor Vardeli Alves de Moraes.
Compuseram ainda a Mesa Diretora da solenidade dois ex-reitores da UFG, Ary Monteiro do Espírito Santo e Joel Pimentel Ulhoa e o docente da FM autor da proposta de concessão do Título, professor Claudemiro Quireze. A solenidade foi abrilhantada com fundo musical do Quarteto Obra Prima e contou ainda com apresentação musical das pianistas Consuelo Quireze e Maria Lúcia Roriz, além da voz de Marília Álvares.
O autor da proposta de homenagem, professor Claudemiro Quireze, o primeiro a discursar, falou de sua imensa satisfação e gratidão pela honra de apresentar o homenageado e discorreu sobre sua vida acadêmica, iniciada lá em 1961, quando aprovado no segundo vestibular da Faculdade de Medicina. Pontuou a partir dali toda a trajetória de Heitor Rosa, mencionando seus maiores feitos desde a publicação do primeiro jornal da FM, “De Jaleco”, no início do curso, a criação do Show do Esqueleto, no ano seguinte, até sua aposentadoria em 2010, término de seu mandato como diretor da FM. E concluiu assim sua saudação: “Nas palavras de um velho amigo, és um colosso. Nas palavras da Universidade, és emérito”.
A fala seguinte foi do diretor da FM, professor Vardeli Alves de Moraes, que lembrou que o Título de Professor Emérito é a mais alta láurea da UFG, outorgada somente a pessoas especiais, como é o caso do professor Heitor Rosa. O título a ele entregue, segundo o diretor, não é apenas um gesto de justiça, mas uma honra para a Faculdade de Medicina, que se torna mais enriquecida ao ter Heitor Rosa como Professor Emérito.
A fala seguinte foi do homenageado, que deixou clara sua emoção pelo título recebido, citando seu apreço e dedicação de pelo menos dois terços de sua vida à FM e à UFG. Além de uma análise crítica da formação do médico e do momento político e social do país, citou como um dos momentos mais marcantes de sua trajetória acadêmica a festa do Cinquentenário da FM celebrada sob sua gestão como diretor da FM, em 2010. Terminou enaltecendo o papel da Faculdade e da Universidade que, segundo disse, continuarão crescendo e conquistando espaço cada vez maior entre as maiores do país.
Por fim falou o reitor Edward Madureira Brasil, que também mencionou a importante trajetória acadêmica do homenageado, sua alegria pessoal de comandar a cerimônia de homenagem ao amigo Heitor Rosa que, conforme disse, muito o ensinou, ao longo do tempo de convivência, nas gestões da UFG e da FM. E ressaltou que a Universidade Federal de Goiás se torna ainda mais engrandecida, tendo agora como Professor Emérito Heitor Rosa, um nome que merece todo respeito e reverência da comunidade acadêmica pelo seu exemplo como docente e pesquisador.
Trajetória do homenageado
Sua profícua trajetória acadêmica começou em 1961, quando ingressou na Faculdade de Medicina de Goiás, no segundo vestibular da escola, criada no ano anterior. Desde o início mostrou que não seria apenas um, mas um diferencial por onde passasse. Criou o primeiro jornal da FM, o “De Jaleco”, mimeografado e publicado mensalmente relatando as situações vividas pelos colegas e professores. No ano seguinte, como presidente da Comissão do Trote, criou o Show do Esqueleto, uma alternativa criativa para substituir as brincadeiras maldosas e agressivas com os alunos novatos. O Show do Esqueleto, mais do que um teatro jocoso, firmou-se logo como uma referência crítica e acadêmica que até hoje marca espaço no cenário cultural da cidade.
Na Revolução de março de 1964, o acadêmico Heitor Rosa fez parte de pequeno grupo de alunos que participava todas as tardes de treinamento militar em quartel da PM (rastejar, empilhar sacos de areia, montar algo parecido com metralhadora, apontar fusil etc), contra a intervençãoem Goiás. Em66, eleito orador da turma, ele relata que fez do discurso sua primeira ficção histórica que a censura político-militar da época leu dois dias antes e liberou, segundo o autor porque era muito complicado para eles entenderem.
Em 71, o médico gastroenterologista defendeu a primeira tese de doutorado de um ex-aluno da FM e introduziu em Goiás a moderna endoscopia, tendo sido por longo tempo único fibro-endoscopista da região. Nos anos seguintes, fez várias especializações no exterior, especialmente em Londres e Paris e em 76 instalou o primeiro laboratório experimental da FM, dentro do Departamento de Clínica Médica e dois anos depois passou a ministrar um curso anual de Iniciação à Pesquisa, noturno, recebendo os alunos no Laboratório de Hepatologia Experimental durante 23 anos seguidos.
Em 79, o médico-escritor iniciou a publicação de crônicas relacionadas à medicina no Jornal da Associação Médica Brasileira (SP), em coluna própria. De1980 a2006 foi preceptor dos residentes de Gastroenterologia e de81 a85, foi também chefe do Departamento de Clínica Médica. Em 86, propôs à Congregação da Faculdade de Medicina que se lhe desse o epíteto de “A Casa de Francisco”, proposta que foi aceita e oficializada. Em 93, venceu concurso para escolha do Brasão da FM e no mesmo ano foi aprovado como Professor Titular de Gastroenterologia, cargo que ocupou até 2010, quando se aposentou compulsoriamente.
Nos anos seguintes participou ativamente da vida acadêmica, inclusive da criação da Comissão de Ética do Hospital das Clínicas, tendo sido seu primeiro dirigente. Iniciou o movimento para instalação da pós-graduação na FM e criou especialmente o mestradoem Gastro. Criouainda o Manuel dos Direitos e Deveres do Paciente, que foi adotado e distribuído aos pacientes do HC. Em 2006, foi eleito diretor da Faculdade de Medicina, função que ocupou até 2010.
Nesse período,entre outras ações de destaque, apresentou proposta de denominação do auditório nobre da Faculdade com Teatro Asklepiós, com adaptação adequada. Criou também o projeto cultural “Medicina em Concerto” (com apresentações de música erudita mensais), tendo inclusive adquirido um piano de cauda. Implantou um novo projeto urbanístico para os jardins internos da Faculdade e organizou a comemoração do Cinquentenário da FM, em 2010.
Além de médico, docente e pesquisador, Heitor Rosa é também escritor e conta com seis livros publicados, entre crônicas e romances de ficção sobre a medicina da Idade Média. Seus livros já conquistaram leitores em cerca de cinco países e dois deles foram também publicados em inglês e francês.
Fonte: Imprensa FM/UFG