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FM promove palestra sobre o suicídio

O Programa de Estudos e Prevenção ao Suicídio e Atendimento a Pacientes com Tentativa de Suicídio (PATS), do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFG, promoverá em outubro palestra sobre o tema, com o objetivo de tornar o assunto mais conhecido e assim se promover a sua prevenção.

Comportamento suicida: não há respostas simples a um problema tão complexo. Este é o tema de uma palestra que será proferida da Faculdade de Medicina da UFG pelo Professor Doutor Humberto Correa, titular de Psiquiatria da Universidade Federal de Minas Gerais, que irá marcar a programação realizada anualmente pelo Dia Mundial sobre o Suicídio, 10 de setembro. Em data posterior, por causa da agenda do palestrante, a palestra será dia 06 de outubro a partir das 19:30 h no Anfiteatro da FM e estará aberta a todos os interessados sobre o tema.

Antes da palestra, também fazendo parte da programação relativa ao tema, haverá nos dias 28 e 29 de setembro, no hall da Faculdade de Medicina, das 8 às 12 horas, uma exposição de posters e a entrega de material informativo, seguida de explanação acerca do assunto, tudo organizado pelo Programa de Estudos e Prevenção ao Suicídio e Atendimento a Pacientes com Tentativa de Suicídio (PATS) do Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da FM, que tem em sua coordenação a professora e psicóloga Célia Maria Ferreira da Silva Teixeira.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é um ato intencional de uma pessoa para extinguir sua própria vida. Em todo o mundo, a taxa de suicídio é mais alta entre pessoas mais velhas do que entre os mais jovens, embora esta tendência venha se alterando em escala mundial desde os anos 90. Sabe-se também que as taxas de suicídio ao redor do mundo variam de acordo com aspectos culturais, regionais e sociodemográficos.

No Brasil, especialmente na região Centro-Oeste, a realidade quanto ao aumento dos casos não é diferente. Pesquisa desenvolvida este ano sobre a violência nas Unidades Federadas revelou um crescimento elevado no Centro-Oeste, em especial no Estado de Goiás, onde os casos de suicídio aumentaram 88,6%. A informação é da professora Célia Ferreira, que acrescenta que nesse ranking Goiás passou da 11ª posição para a 8ª em 2008 ( dado mais recente ). Goiânia, segundo o mesmo estudo, até então ocupava a 15ª posição por taxa de suicídio, passando à terceira em 2008.

Ainda conforme a professora, estudo dos fatores de risco para o suicídio permite indicar caminhos possíveis de intervenção para tentar alterar a ocorrência desse comportamento. Entre os fatores de risco encontram-se fatores sociodemográficos (sexo masculino, faixas etárias 15-35 anos e maior de 75 anos, problemas financeiros, desemprego, aposentadoria, solidão, isolamento social); fatores psiquiátricos (transtorno de humor, dependência e abuso de alcool e drogas, transtorno de personalidade, transtornos ansiosos, tentativa de suicídio pregressa; e fatores psicológicos (perdas recentes, instabilidade familiar, traços de pesonalidade, impulsividade, agressividade, historia familiar de suicídio, de doenças afetivas).

Alguns fatores podem estar associados com menor risco de comportamento suicida, sendo chamados de fatores de proteção. Esses fatores podem diminuir o risco potencial de suicídio, como a presença de crianças em casa, senso de responsabilidade para a família, gravidez, religiosidade, habilidade de enfrentamento de dificuldades, suporte social. O risco de suicídio aumenta proporcionalmente quanto mais fatores de risco estiverem presentes.

Segundo a professora Célia Ferreira, fica patente a necessidade de se implementar ações de prevenção na sociedade, além da necessidade de melhorar a assistência clínica à pessoas que apresentam idéias de suicídio ou aquelas que apresentam em sua história pessoal, tentativa de suicídio prévia.

Considerando tais aspectos, o PATS- Programa de Estudos e Prevenção ao Suicídio e Atendimento a Paceientes com Tentativa de Suicídio, vinculado ao Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da Faculdade de Medicina, insere-se nas estratégias de intervenção e prevenção ao suicídio, mediante o atendimento a pessoas com comportamento suicida e seus familiares, no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da UFG.

Fonte: Imprensa FM/UFG