
Diretor conta aos calouros a História da FM
A História da Faculdade de Medicina da UFG foi contada nesta sexta-feira, dia 26 de fevereiro, aos alunos novatos do Curso de Medicina pelo diretor da escola, professor Heitor Rosa. A palestra, ministrada no anfiteatro da FM a partir das 8 horas, fez parte da programação da Semana do Calouro que acontece desde o dia 22 e se estenderá até domingo, 28, para recepcionar os novos alunos, uma realização do Centro Acadêmico XXI de Abril (CAXXIA).
O diretor relatou aos novos alunos o cenário e as circunstâncias em que se criou, em 1960, a Faculdade de Medicina, que se instalou como instituição independente, tendo como principal fundador e primeiro diretor o médico Francisco Ludovico. A escola somente um ano depois passou a integrar a Universidade Federal de Goiás, criada depois da FM. Como aluno de uma das primeiras turmas, o diretor Heitor Rosa falou de sua própria experiência, lembrando os primeiros professores, de onde vieram, seus métodos de ensino e avaliação e as principais dificuldades da época.
Segundo o diretor, a Faculdade de Medicina foi instalada fora da cidade em pleno campo de cerrado na região leste, em dois barracões construídos ao lado de prédio de hospital vazio, paras aulas práticas e teóricas. Esses barracões permanecem até hoje, onde funcionam atualmente os serviços de atendimento e assistência ao público, através das Ligas Acadêmicas. Como era tudo cerrado, os alunos e professores faziam suas próprias trilhas.
O diretor relatou também que os calouros da FM da época, além de rasparem a cabeça, usavam durante todo o primeiro ano uma boina verde, que os fazia destacar por onde passavam e que era o orgulho de todos. Os alunos no inicio do ano promoviam o chamado Baile da Boina Verde, que se constituiu por muito tempo importante acontecimento na sociedade goianiense.
Heitor Rosa lembrou ainda que em 1962, eleito entre os acadêmicos presidente da Comissão do Trote, idealizou e implantou o Show do Esqueleto que foi suspenso por muitos anos por causa da repressão da ditadura militar de 64 e que voltou mais tarde, apresentando ao público o humor e a criatividade dos estudantes de medicina. Com a chamada Revolução de 64, veio a invasão militar na escola e o Ato Institucional nº 5, que proibiu a reunião de pessoas e qualquer manifestação estudantil.
Implantou-se então, segundo o diretor, o medo e a passividade entre os estudantes, que a partir daí foram se despolitizando mais e mais. Apesar de tudo, a Faculdade de Medicina foi crescendo e se estruturando em todos os sentidos até chegar ao patamar em que se encontra hoje ao comemorar seu cinquentenário, com uma estrutura responsável, eficiente e sólida que, além de pioneira e tradicional no cenário goiano, é referência no país, situando-se entre as melhores e com a nota máxima atribuída pelo MEC.
Por fim, o diretor expôs aos novos alunos a programação comemorativa do Cinquentenário da FM que será em abril próximo e salientou que por volta de 50 anos atrás, enquanto aluno, nunca pensou que um dia seria pesquisador, professor titular e diretor da escola que o formou médico. Por isso, conclamou os novatos a se prepararem para assumir seu lugar na historia da Faculdade, já que denominou esta turma que acaba de ingressar na FM a Turma Rumo ao Centenário.
Fonte: Imprensa FM/UFG