Professor William Barbosa recebe homenagem póstuma da FM

A Faculdade de Medicina da UFG promoveu nesta terça-feira, dia 25 agosto, homenagem póstuma ao professor William Barbosa, um dos pioneiros da FM, que faleceu no dia 03 de julho último. A homenagem aconteceu no anfiteatro da Faculdade às 10 horas, com a presença de professores, alunos e funcionários da escola, além de familiares e de convidados especiais seus contemporâneos, entre eles os médicos Anis Rassi, Jofre Marcondes de Rezende, José Cassiano e Celmo Celeno Porto.

Ao abrir a solenidade, o diretor da Faculdade de Medicina da UFG, professor Heitor Rosa, salientou que a homenagem, embora simples, era fruto de um sentimento profundamente sincero, ao mesmo tempo de gratidão e reconhecimento pelo seu trabalho e de pesar pela sua morte. Na seqüência das homenagens, o primeiro a falar foi o professor Jofre Marcondes de Rezende, que de inicio cumprimentou a direção da FM pela iniciativa, pois foi aqui que o ilustre professor iniciou sua docência, só mais tarde se transferindo para o Instituto de Patologia Tropical.

O professor Jofre leu um escrito que fez, tão logo soube do falecimento do parceiro, onde relatou os principais passos que os dois deram juntos, desde quando cursavam Medicina na escola da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Formados, vieram para Goiás, o professor Jofre se instalando em Goiânia e o professor William em Anápolis. E lembrou que o homenageado, desde o início, manifestou seu pendor para a pesquisa clínica. E que um certo dia, ele assim se expressou: “ A partir de agora, vou me dedicar à medicina tropical.”

Segundo relato do professor Jofre, foi a partir daí que William Barbosa fundou o Instituto de Patologia Tropical da UFG, hoje IPTSP, que “por justiça deveria ter o seu nome”, desabafou o professor, onde o homenageado fez escola e teve vários colaboradores para dar continuidade à sua obra. Hoje suas pesquisas fazem parte do patrimônio científico da Universidade.

Em seguida falou o professor Celmo Celeno Porto, que também rememorou os primeiros passos da sua jornada profissional , incentivados e até definidos pela capacidade de decisão e convencimento do amigo, que à época o fez ingressar no corpo docente da Faculdade de Medicina de Goiânia e não de Belo Horizonte. Depois falou a diretora do IPTSP, professora Regina Maria Bringel Martins, que relembrou sua última visita à escola que criou e que completava 40 anos, em 2007, quando mais uma vez mostrou sua garra e força empreendedora, embora já debilitado fisicamente.

O próximo a falar e a prestar sua homenagem a William Barbosa foi o médico Anis Rassi, que deu testemunho de 50 anos de convivência com ele. Segundo disse, o homenageado era um homem de espírito raro, um tipo muito especial que via sempre à frente dos seus pares. Depois falou o diretor da FM, professor Heitor Rosa , que foi o idealizador da homenagem, dizendo que não falaria como ex-aluno ou amigo, mas como diretor da FM.

Conforme o diretor, William Barbosa durante longos anos na FM e no atual IPTSP “criou muitos caminhos e deixou rastros indeléveis que as novas gerações trilham sem saber quem os construiu”. E acrescentou: “Seu talento brilhante aliado à inata vocação para o ensino tornaram-no uma figura fantástica, criativa, sonhadora e quixotesca às vezes, que defendia tanto uma hipótese diagnóstica quanto uma ideia com a mesma paixão... e jamais opinava sem uma pitada de paixão e humor”.

Por fim falou o filho do homenageado, Guilherme Lopes Barbosa, que relembrou a grande envergadura de um homem com apenas 1,55 m de estatura e falou dos últimos projetos do pai, alguns sem ter conseguido concluir. E mostrou, finalmente, um vídeo com uma seqüência de fotos do professor e pesquisador ao longo de sua vida. Encerrando a solenidade, o diretor Heitor Rosa entregou à família um Certificado de Homenagem ao Mérito expedido pela FM e assinado por todos os presentes, reverenciando a memória do professor e reconhecendo a importância do seu trabalho.