Cupertino mostra aos jornalistas avanços e desafios do SUS

          O I Ciclo de Seminários sobre Temas Médicos para os Profissionais da Imprensa - que se realiza na Faculdade de Medicina da UFG desde o dia 8 de maio último com a abordagem de um tema a cada sexta-feira - prosseguiu hoje, dia 05 de junho, com palestra sobre o quinto tema, que é Serviço Único de Saúde: Avanços e Desafios em Comparação aos Diversos Sistemas Mundiais de Assistência à Saúde. O palestrante foi o médico Fernando Cupertino, ex-secretário estadual da Saúde e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Saúde (CONASS), onde hoje atua como consultor.

           O Ciclo de Seminários para Profissionais da Imprensa foi idealizado pela direção da Faculdade de Medicina da UFG com o objetivo de fornecer subsídios específicos na área de saúde, buscando a uniformização da terminologia médica e a utilizada na mídia para facilitar a compreensão da informação repassada ao público em geral. Com apoio do Pró- Saúde, o ciclo se estenderá até o dia 10 de julho próximo, a cada semana enfocando um tema diferente. Estão inscritos 50 pessoas, 40 profissionais da imprensa e 10 alunos do último ano de Jornalismo.

          O palestrante Fernando Cupertino, ao apresentar o SUS, lembrou que o sistema de assistência à saúde brasileiro, como qualquer sistema em processo social, está em constante construção, pois as demandas são sempre crescentes. Falou em seguida da sua origem, com a Constituição de 1988 e das leis que vieram depois para sua regulamentação – Leis nº 8080 e 8l42/90 – salientando, entretanto, que há ainda muito a ser regulamentado em relação ao SUS.

          Sobre os avanços do SUS, o palestrante citou que entre os mais importantes já conquistados destaca-se a cobertura vacinal, principalmente a infantil, que é responsável pela erradicação de várias doenças, como o sarampo e a poliomielite, enquanto a erradicação da rubéola está prestes a obter seu certificado. Outros dois avanços enumerados são a cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), que já atinge quase 94 milhões de habitantes e o alto número de transplantes realizados pelo SUS anualmente, índice que só é superado apenas pelos Estados Unidos.

          Com relação aos desafios enfrentados pelo SUS, Fernando Cupertino relacionou como principais os vácuos normativos, a falta de financiamentos, a alta carga tributária, o aumento dos gastos públicos, a gestão e a integralidade regulada, o novo perfil epidemiológico do país, a rede hospitalar com baixo financiamento, os Recursos Humanos inadequados, a necessidade de se mudar os comportamentos e cultura (prevenção, promoção e educação para a saúde) e a incorporação tecnológica.