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Histórico

O que se segue foi publicado no Jornal Brasileiro de Nefrologia no ano de 1997: 

"Vinte e cinco anos. Esse é o tempo que passou desde a realização da primeira sessão de hemodiálise no Centro-Oeste (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Triângulo Mineiro). O procedimento aconteceu no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás onde o doutor Dilson Antunes de Oliveira foi o pioneiro. Atualmente em todo o Estado de Goiás estão em tratamento cerca de 500 renais crônicos em hemodiálise.

Atualmente integrando o Instituto Goiano de Nefrologia e ainda como professor de Nefrologia da FMUFG, o doutor Oliveira conta que foi o primeiro nefrologista a chegar àquele Estado, em 1967, depois de estagiar dois anos no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele lembra que a primeira hemodiálise foi feita em 1972, em uma paciente renal aguda com um rim artificial Coil, adquirido pela UFG, cujo modelo estava instalado em apenas algumas unidades de hemodiálise no País. Porém a diálise peritoneal já vinha sendo realizada desde 1967 pelo doutor Rubens Ferreira de Moraes, cirurgião-geral do HC. “O doutor Rubens merece homenagem da Medicina de Goiás, pois apesar de não ter o conhecimento e o treinamento de um nefrologista fazia esse procedimento nos moldes do serviço do HC de São Paulo”, diz o doutor Oliveira.

Ele observa que no ano de 1967 se “contava nos dedos os serviços de diálise no País”. Cinco anos depois, quando foi instalado o rim artificial, que contou com todo o apoio do professor Roland Saldanha, de São Paulo, foi uma “feliz coincidência, porque surgiu a paciente com um quadro de insuficiência renal aguda, resultado de uma picada de cobra e precisava da hemodiálise”. Trata­mento concluído essa senhora ainda foi acom­panhada por algum tempo e dez anos depois con­tinuava bem.

Como um Serviço da disciplina de Nefrologia da FMUFG, portanto com uma atuação de hospital-escola, atualmente são atendidos 40 pacientes, sendo 20 em hemodiálise e 20 em CAPD. No entender do professor, o Serviço cresceu bem, dentro do quadro da nefrologia goiana. Enquanto há 30 anos atrás apenas o doutor Oliveira e o doutor Dezir Vêncio atuavam no Serviço do HC, hoje são em cinco nefrologistas. Segundo ele, esta ainda é uma especialidade “pouco atrativa”, pelo menos em sua cidade, que para uma população de 1 milhão de habitantes conta com apenas 15 nefrologistas, num universo de 3 mil médicos. O fato de apenas 500 renais estarem em tratamento em todo o Estado de Goiás, “significa que muita gente ainda vai a óbito” enfatiza o professor.

“O tratamento dos pacientes renais ficou mais facilitado com a instalação de uma UTI e estamos caminhando para iniciar o transplante renal no HC da UFG”. O professor conta que o maior “obstáculo” para isso era a falta de um laboratório de histocompatibilidade na cidade. Até dez meses atrás o material para análise era enviado para outros centros e os indicados para transplante continuam sendo encaminhados a outros dois hospitais da cidade, que há 15 anos vem realizando esse procedimento. O professor Oliveira faz parte da equipe de transplantes desses hospitais. “É lamentável que até agora não tenhamos transplantados no HC”, ressalta ele." (JBN,1997;19(1):01-04)