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SOBREPESO E OBESIDADE SÃO OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM GOIÂNIA

Sobrepeso e obesidade são os principais fatores de risco cardiovascular e indicadores de hipertensão arterial na população adulta de Goiânia, conforme recente pesquisa realizada pela Liga de Hipertensão da Faculdade de Medicina
Sobrepeso e obesidade são os principais fatores de risco cardiovascular e indicadores de hipertensão arterial na população adulta de Goiânia, conforme recente pesquisa realizada pela Liga de Hipertensão das Faculdades de Medicina, Nutrição e Enfermagem da UFG, sob a coordenação do  professor doutor Paulo César Veiga Jardim. A pesquisa, concluída este ano e já publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia com o título Hipertensão Arterial e Alguns Fatores de Risco em uma Capital Brasileira, aponta que esses dois fatores  elevados  reforçam a necessidade de implementação de medidas objetivas para seu combate, com vistas à redução da morbidade e da mortalidade por deficiência cardiovascular.
Nesse estudo foram avaliadas 1.739 pessoas, a maioria do sexo feminino (65%) com média de idade de 40 anos,  por meio de inquérito domiciliar com questionário padronizado, que colheu informações sociodemográficas e de peso, altura e circunferência abdominal, além de realizadas duas medidas de pressão arterial.  Como resultado, apontou-se a prevalência de hipertensão arterial (HA) em 36,4%  dos entrevistados, maior entre os homens (41,8%), enquanto que nas mulheres o índice registrado foi de 31,8%. A prevalência de HA na faixa etária até 29 anos foi 16,7%, aumentando progressivamente até 73,9%  nos entrevistados acima de 60 anos.
Com relação a sobrepeso e obesidade, a pesquisa evidenciou que Goiânia faz parte da epidemia mundial de excesso de peso, já que quase a metade da população, ou seja,  43,6% dos goianienses estão com excesso de peso e desse total, pelo menos 13,6% já são obesos. Conforme a pesquisa, a forte associação entre o excesso de peso e a ocorrência de hipertensão arterial indica a necessidade urgente de medidas capazes de atuar sobre esses fatores de risco, interferindo sobre a sua prevalência e revertendo o quadro.
Para o coordenador da pesquisa, médico cardiologista Paulo César Veiga Jardim, um aspecto que merece consideração especial é a modificação no perfil da população com relação aos hábitos de vida e alimentares, que indica uma exposição cada vez mais intensa a riscos cardiovasculares. Para ele, o aumento na quantidade de alimentos ingeridos e a própria composição da dieta têm provocado alterações significativas no peso corporal e na distribuição da gordura, causando progressivo aumento de peso, situação que se agrava ainda mais pela baixa freqüência da prática de atividade física  adotada pela população.
Segundo o médico, no Estado de Goiás, assim como no restante do país, as doenças cardiovasculares representam a maior causa de morbidade e mortalidade. Por isso é fundamental conhecer a magnitude dos fatores de risco cardiovasculares que conduzam a um planejamento de saúde capaz de intervir de forma eficaz nessa realidade. Ele salienta que a modificação dos hábitos de vida e a prevenção dos fatores de risco, juntamente com o tratamento adequado desses fatores já existentes (hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo e outros) podem modificar a história e garantir vida longa e saudável à população. 
 
OUTRAS PESQUISAS
 
Em 2006, foram várias as pesquisas científicas realizadas pela equipe da Liga de Hipertensão das Faculdades de Medicina, Enfermagem e Nutrição e Hospital das Clínicas da UFG. Entre elas, estudo sobre Validade do peso e altura no diagnóstico da obesidade em Goiânia, publicada em dezembro na Revista de Saúde Pública. Essa pesquisa, sob a  coordenação da professora Maria do Rosário Gondim Peixoto, teve como objetivo, além de avaliar a validade do peso e altura referidos no diagnóstico da obesidade, identificar características sociodemográficas e individuais que podem se constituir em viés de informação.
Como resultado, a pesquisa apontou que homens e mulheres   - entre os 1.023 indivíduos de 20 a 64 anos pesquisados - superestimaram a altura em 0,9 cm e 2,2 cm, respectivamente. Quanto ao peso, não houve diferença entre dado referido e aferido tanto nos homens como nas mulheres. Assim, a conclusão da pesquisa foi que em estudos epidemiológicos de monitoramento da prevalência de excesso de peso na população, o peso e altura referidos constituem informações confiáveis.
Outra pesquisa, também sob a coordenação da professora Maria do Rosário Gondim Peixoto e publicada nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia em outubro de 2006, diz respeito à Circunferência da cintura e o índice de massa corporal como predisposição para a hipertensão. Realizada com 1.238 adultos também entre 20 e 64 anos, a pesquisa apontou como resultado que a circunferência da cintura está associada à hipertensão arterial, tanto no sexo masculino como no feminino. Entretanto, dados conclusivos indicam que apenas a circunferência da cintura e o índice de massa corpórea não são suficientes para identificar os grupos de maior risco de hipertensão arterial.
Uma terceira pesquisa, publicada em julho de 2006 nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, sobre os Fatores de risco de doenças cardiovasculares em crianças em idade escolar,  avaliou 3.169 estudantes de 7 a 14 anos de escolas da rede pública e particular, analisando a ocorrência e associação de hipertensão arterial, com algumas variáveis relacionadas ao estilo de vida (tabaco, álcool, atividade física e hábito alimentar). Sob a coordenação dos professores Estelamaris T. Monego e Paulo César B. Veiga Jardim, o resultado apontou 5,0% dos estudantes com hipertensão arterial e 6,2% com pressão normal-alta.
Quanto ao índice de massa corporal, a pesquisa identificou 16% com excesso de peso, dos quais 4,9% já obesos, com associação significante entre hipertensão e excesso de peso. Com relação ao tabagismo, o índice apontado foi de 0,6%, enquanto a experimentação de bebida alcoólica entre os estudantes chegou ao índice alarmante de 32,7%. Finalmente, com relação a atividades físicas, os dados analisados indicaram que 11,6 % não faziam aulas de educação física e 37,8 % eram sedentários no lazer.

Fonte: Imprensa/FM/UFG