noticia4736.jpg

Diretor da FM profere aula inaugural de Semiologia

O professor Heitor Rosa, diretor da Faculdade de Medicina da UFG, ministrou nesta sexta-feira, dia 3 de agosto, a aula inaugural da disciplina Semiologia, do Departamento de Clínica Médica, discorrendo sobre o tema O Fígado e o Imaginário Popular
O Fígado e o Imaginário Popular  foi o tema da aula inaugural proferida hoje para os alunos de Semiologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFG, a cargo do diretor da escola, professor Heitor Rosa, que é médico gastroenterologista. A aula inaugural teve início às 8 h no anfiteatro da FM e ao final, o coordenador da disciplina, professor Gil Perini, deu continuidade à discussão iniciada ontem com os alunos para subdivisão de turmas, destinada às aulas teóricas e práticas.
Após saudar os alunos, o professor Heitor Rosa iniciou sua apresentação lembrando que aquela aula   simbolizava na verdade a realização de um sonho de todo estudante de medicina, que é entrar no hospital, manusear o paciente e exercer propriamente a medicina, dando os primeiros passos na clínica médica. Ele salientou também que no estudo da semiologia eles irão estimular os sentidos e aprender a entrevistar o paciente, “apalpar e sentir, ouvir e escutar, ver e enxergar e, por fim, conversar com o paciente, sabendo decodificar o que ele quer falar”.
  O diretor fez referência a uma série de  obras de arte que desde a Grécia antiga e depois na Idade Média mostravam o médico  em  plena observação e reflexão diante do paciente. Discorreu depois sobre o papel do fígado ao longo da História, lembrando que esse órgão significava vida. Um dos exemplos disso é a lenda da mitologia em que o semi-deus Prometeu, filho de Zeus, recebeu, por ter revelado ao homem um segredo considerado divino, o castigo de passar a vida amarrado, com uma águia a lhe comer o fígado durante o dia e à noite acontecendo a regeneração do mesmo, para tudo se recomeçar na manhã seguinte.
Essa história, segundo o diretor, chegou à atualidade como símbolo da regeneração hepática. Mostrou depois a referência que desde a Bíblia, passando por clássicos da Literatura como Shakespeare, Homero e São Tomás de Aquino, além de Beethoven, Pablo Neruda e outros, cada um na sua área, sempre se fez sobre  o fígado e sua importância vital. Discorreu ainda sobre o seu papel como órgão místico e símbolo de maus ou bons presságios e a conotação que lhe foi dada sob o ponto de vista da astrologia, magia, fitoterapia, cromoterapia e no comportamento social.
Por fim, o professor Heitor Rosa mostrou aos alunos que o fígado tem seu papel até como símbolo da paz, explicando que a figura da pomba branca, hoje mundialmente interpretada como mensageira da paz, foi instituída em um congresso em 1949 por Pablo Picasso, por ser uma ave que não tem vesícula e por isso não armazena  bili ou fel. Portanto, nunca é portadora de raiva ou agressividade, sendo então a figura ideal para simbolizar a paz.

Fonte: Imprensa/FM/UFG